domingo, 11 de dezembro de 2011

A história do " DOS "

Como fazer aplicativos para uma máquina que ainda não existe? Durante o projeto do 8080, em 74 a Intel teve esse pequeno problema, por isso, pensou em montar um emulador para que eles fossem feitos em computadores de grande porte como se estivessem naquele. Mas numa espécie de improviso para montar uma linguagem no próprio 8080, Gary Kildall pegou o microprocessador, um punhado de memória, um drive de 8’’ e um monitor e criou o CP/M (Control Program/Monitor), e com esta pequena receita fez um sucesso entre os fanáticos por eletrônica e fundou a Digital Research para comercializar seu sistema de controle.

Ao mesmo tempo uma outra empresa desenvolveu o Altair 8800 que foi capa de uma revista de eletrônica lida por Paul Allen, colega de um estudante de economia em Harvard, que após alguns instantes de reflexão, percebeu que a tendência da informática era se popularizar. Seu nome é William Gates III (Bill Gates). Eles começaram a desenvolver aplicativos para o Altair e para o CP/M e fundaram a Microsoft.

No início da década de 80, a Apple avançava com um apetite voraz no mercado de computadores impulsionada pelo VisiCalc , pois uma planilha eletrônica rodando em um microcomputador de baixo custo era o sonho de consumo das grandes empresas. A IBM sente a liderança ameaçada e resolve reagir com o PC. Mas já era tarde, sua arquitetura já estava liberada. A solução foi assumir o controle do sistema que iria operar o PC.

"O primeiro passo foi encontrar um sistema operacional e a escolha óbvia era o CP/M, da Digital Research. Por algum motivo, a IBM achava que o CP/M era um produto da Microsoft, mas - vejam só - Bill Gates indicou o caminho certo. Num gesto que ficou famoso, Gary Kildall esqueceu-se de que tinha uma reunião com a IBM e passou a tarde pilotando seu teco-teco. A Big Blue foi recebida pela mulher de Kildall, Dorothy, que se recusou a assinar o termo de confidencialidade e o pessoal da IBM voltou à MS." (Ricardo Rangel, Informática etc)

E assim, a IBM contratou os serviços da Microsoft para criar um software que controlasse o PC (com o escolhido processador daIntel 8086) sem depender do Interpretador Basic e que pudesse rodar programas prontos. Já haviam outros sistemas operacionais mais simples, tanto que a M$ adquiriu os direitos do QDOS (Quick and Dirty Operacional System), desenvolvido em cima do CP/M, fez modificações e foi rebatizado para MSDOS (Sistema Operacional com Discos Microsoft). Necessitava de pelo menos um drive de disquete onde o sistema era armazenado para ser lido e enviado à memória de onde controlaria a máquina e executaria os programas que ela recebesse.

Os primeiros programas a rodar no IBM-PC lançado em 81, sem recursos gráficos, era um editor de texto - EasyWrite - e o próprio VisiCalc! Mas o sucesso mesmo veio graças a Mitch Kapor, criador da planilha eletrônica mais famosa da história da informática: a 123, da Lotus. Com isso o PC se consolidou e tirou a liderança da Apple. A M$ tentou comprar a Lotus na época, mas esta se recusou. Uma década depois, ela foi comprada pela IBM por não agüentar a concorrência com a Microsoft.

Terminado o contrato com a IBM, a Microsoft propôs a todos os fabricantes de PC um valor irrisório pelo uso do MSDOS em suas máquinas saídas de fábrica, transformando-o em padrão, deixando em segundo lugar o PCDOS, da IBM, criado depois do fim do acordo entre eles.

As versões foram surgindo a medida que o PC evoluia e seus microprocessadores da Intel (XT, 286, 386, 486 e Pentium):

  • 1.0 - Eram poucos comandos (alguns hoje extintos ou modificados), visava mais a manipulação de arquivos no disquete como: Format, Dir, Wtdatim (ajustava a data e a hora), Gwbasic, Sys, Ren, Keyb, Exit, Del, Copy, Diskcopy, Edlin(editor de texto), Chkdsk;
  • 2.0 - Surge em função da necessidade de se distribuir arquivos em agrupamentos (diretórios, baseado no UNIX, um antigo sistema operacional de computadores de rede) num mesmo disquete - CD, MD, RD - e protegê-los (Backup, Attrib, Recover), passou a ter comandos para interferir mais afundo no comportamento da máquina em relação ao softwares (Mode, Graftabl, Fdisk , Citty, Command, Break, Prompt, Print) e um protetor de tela(Cls);
  • 3.0 - Surgiu por volta de 84, teve maior tempo de vida (principalmente a 3.3), com poucas modificações para corrigir bugs da versão anterior, porém mais comandos de controle e configuração proporcionavam uma boa otimização do computador.
  • 4.0 - Conhecido como o desastre de toda a série, não por totalmente sua culpa. Foi feito pela MS às pressas para concorrer com oDRDOS 4.0 (da Digital Research), numa época de transição do XT para o AT (286) e o nascimento de programas "comedores" de memória como o Windows e o Corel Draw. Surgia também os drivers de 31/2 polegadas de alta capacidade, HDs maiores e periféricos como Scanners e canetas óticas. Resumindo, era uma época de indefinições que provocava constantes "travas" no sistema e no computador. Surgido em 88, durou pouco menos de 2 anos. Talvez, o primeiro a chegar no Brasil traduzido para o português com duas curiosidades: nas respostas que exigia s ou n (de sim ou não) só funcionava o sim se teclasse o y (de yes); outra era a palavra help, traduzida para socorro (argh!), culpa de má tradução.
  • 5.0 - Com a consolidação do Windows 3.0 em 90, foi absolutamente necessário quebrar a barreira dos 640Kb de memória RAM, feito conseguido pelo DRDOS 5.0 que ganhava uma interface gráfica própria e incorporava comandos para desfragmentar o disco e outros. Algo realmente novo, esboçando intimidade com o 386 e o 486, primeiros da linha PC a possuir 32 bits.
Tudo parecia promissor para o DRDOS se não fosse a MS anunciar para deus e o mundo que o Windows 3.0 não seria compatível com ele. Realmente aconteceu: ao instalar o Windows sobre o DRDOS ele emitia a seguinte mensagem "O Windows não pode rodar com esta versão de DOS. Por favor, contate o revendedor.". Um golpe fatal ao progresso do DRDOS, pois ninguém estava disposto a ficar sem o Windows. Corre nos EUA, ainda, um processo na Justiça, por alegação de práticas comerciais monopolistas e desonestas por parte da MS.
  • 6.0 - Com este suposto golpe comercial a MS tira o DRDOS do páreo, compra os direitos de utilitários como o PCTools e incorpora seus comandos no sistema. Ele passa a ter um "editorzinho" de texto, um gerenciador de arquivos parecido com o do Windows, gerenciador de memória, um antivírus, um protetor de arquivos apagados e melhora sua relação com todo o hardware. Sem contar que é praticamente uma ponte para se rodar o Windows em paz.

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